HISTÓRIA 71 e 72 O ISLÃ e a EXPANSÃO do ISLAMISMO: A Questão Judaica na Península Ibérica /Marranos e Cristãos Novos no Novo Mundo.
A QUESTÃO JUDAICA NA PENÍNSULA IBERICA
MARRANOS E CRISTÃOS NOVOS NO NOVO MUNDO.
Os judeus são uns dos povos mais antigos do mundo. Sua história está registrada na Bíblia, por historiadores fora da Bíblia e através da arqueologia. Temos mais fatos acerca de sua história do que qualquer outra nação...
Península Ibérica
Na época, Portugal era governado pelo rei D. Manuel I, que recebeu a leva de imigrantes em seu reino.
D. Manuel, então, propôs aos milhares de imigrantes que se convertessem ao catolicismo ou saíssem do país, na esperança de que eles optassem pela primeira via. Todavia, mais de 20 mil decidiram pela saída, o que levou o rei a fechar todos os portos do país para impedir a fuga.
Durante esse processo, os recém-convertidos foram denominados como cristãos-novos e eram sempre vistos com desconfiança tanto por parte de alguns clérigos como por parte da população católica.
Criptojudaísmo é o termo referente aos judeus que praticavam sua fé e costumes em segredo (cripto), por medo das perseguições, de práticas de judeus que mantinham sua fé em segredo, enquanto publicamente seguiam o cristianismo. Outros adeptos deste Criptojudaísmo foram os “xuetes” (Ilhas Baleares), os “marranos” (península Ibérica) e “neofiti” (Itália). Sefarditas eram os descendentes de judeus originários de Portugal e Espanha forçados a se converterem, sendo chamados de “cristãos novos”.
A diáspora sefardita ao redor do Mediterrâneo e do Atlântico formou comunidades unidas por interesses comerciais e culturais, com grande desenvolvimento econômico (século 16), com destaque internacional na medicina, literatura, finanças, ciência, filosofia, nas Universidades e na imprensa.
O judaísmo dos sefarditas forçados à conversão ao catolicismo, sofreu perseguições de instituições inquisitoriais que queimavam manuscritos e livros para impedir a difusão de crenças contrárias aos seus próprios dogmas. O cristianismo elencou um conjunto de práticas judaicas consideradas heréticas, punindo-as com a morte (Auto de Fé) para quem fosse pego em prática judaica e não as abandonasse e se convertesse ao cristianismo. O alvo principal dos tribunais do Santo Oficio eram países mediterrâneos, principalmente os Ibéricos e suas colônias...
Fonte: https://www.infoescola.com/religiao/criptojudaismo/
Os judeus devem ser o povo mais perseguido da História
O judaismo português deve datar dos tempos da civilização fenícia.
Tarsis era o nome do sul da Península Ibérica, Tarsis ou o «fim do mundo» . No séc. IV a. C., a Península Ibérica já era um lugar de destino de imigração e de diáspora judaica, no tempo da expansão fenícia.
O judaísmo tem duas grandes correntes: askenazim e sefardim. Os askenazim são os da Europa central (Askenaze era o termo hebraico para «Alemanha»); os sefardim ou sefarditas são os judeus da Península Ibérica e do Norte de África (Sefarad era o termo para «Espanha»).
Em 308 da nossa era, os bispos ibéricos reunidos no concílio de Elvira (Granada) proibiram os casamentos entre judeus e cristãos, o que sugere que a presença judaica seria considerável.
Nos sécs. V-VII, na dinastia visigótica, os judeus portugueses foram expulsos, por três vezes, para França enquanto alguns se converteram, tornaram-se «marranos». O termo «marrano» é da língua hebraica: ‘mar an’ «convertido à força».Os judeus convertidos à força disfarçavam a sua fé: praticavam a religião católica formal e inventavam cultos populares que passavam por católicos, mas aos quais davam uma interpretação bíblica e judaica.
Durante a ocupação mourisca, os judeus conheceram a paz porque o poder islâmico da época, baseado num versículo do Corão , dava liberdade tanto aos cristãos como aos judeus em troca do tributo corânico chamado jezia.
Com a Reconquista, a perseguição aos judeus pôde recomeçar, por iniciativa do catolicismo e das massas intolerantes. O marranismo intensificou-se. Sabemos que o rei D. Dinis se declarou protector dos judeus (que ele tomou como «os meus judeus>>
. Numa povoação, os judeus podiam ser os únicos que sabiam ler e escrever, porque a educação das crianças judias compreendia a aprendizagem da leitura de textos bíblicos; o Livro dos Provérbios, da Bíblia (de conteúdos simples e moralizadores) constituía a cartilha vulgar para ensinar as crianças judias a ler e a aprender os valores sociais e morais do judaísmo.
Em 1496, D. Manuel em troca do casamento com a princesa Isabel de Espanha, assinou um decreto em que expulsava os judeus de Portugal, concedendo-lhes um ano para se baptizarem. Aparece a categoria de «cristãos-novos». Com o tempo, o poder e a Igreja descobriram que os cristãos-novos fingiam a sua conversão e, em 1536, a pedido de D. João III ao papa, foi instaurada a Inquisição para «inquirir» e punir os judeus secretos e outros heterodoxos. Acendeu muitas fogueiras, sacrificou milhares de marranos e religiosos inconformistas, reprimiu o pensamento livre, científico e iluminista e só acabou em 1822.
Na perspectiva de resguardar a sua fé, o princípio elementar dos judeus secretos, ao praticarem formalmente a religião católica, consistia em proferir uma reserva mental: entrando numa igreja pensavam: «Eu entro nesta casa mas não venero pau nem pedra mas apenas o Deus que nos criou».
Os marranos instituíam e fomentavam cultos populares, imagens, rituais festivos, etc., aos quais davam, secretamente, uma interpretação bíblica.
A história relata que, em 31 de março de 1492, os judeus foram expulsos da Espanha pelos reis católicos Ferdinando e Isabel. Mais de 100.000 judeus cruzaram a fronteira adentrando em Portugal, na esperança de livremente praticar suas crenças. Em 1496, Dom Manoel I, o Venturoso, se casou com a filha dos reis católicos da Espanha, na condição que Portugal também expulsasse os judeus. Dom Manoel I, interessado nos benefícios que a união das coroas traria, promulgou o decreto de expulsão em 5 de dezembro de 1496. Referindo-se ao aludido decreto, o historiador Arnold Wiznitzer destaca:
“Porém este decreto foi fraudulento em sua essência, pois o objetivo que visava não era a expulsão dos judeus e sim alcançar, mediante a força e artifícios, a conversão de aproximadamente 190 mil judeus residentes em Portugal, quase 20% da população total do país.
Manoel estabeleceu prazo (de janeiro a outubro de 1497) para que todo judeu passasse por um processo de conversão ao catolicismo, caso desejasse permanecer em Portugal. Em outubro do mesmo ano, Dom Manoel anunciou que disponibilizaria naus às margens do Rio Tejo que os levaria de volta ao seu país de origem, a Terra Santa. Porém, naquele dia nenhuma nau apareceu e aquela multidão foi obrigada à uma conversão forçada, sendo ali mesmo naquela praça onde foram batizados em pé. (2). Daí surgiu a expressão até hoje conhecida: “ficaram a ver navios.”.
Assim, o escopo de Dom Manuel foi alcançado e a permanência dos judeus em Portugal estava garantida, sem desmantelar a situação financeira e comercial daquela época, além de assegurar a grande influência intelectual. Os judeus eram prósperos e, muitos deles, eram credores da Corte Portuguesa, financiando a construção de naus que zarpavam em direção à Índia e, posteriormente, rumo ao descobrimento do novo mundo.
A situação dos judeus tornou-se muito penosa, pois além de serem obrigados a abraçar a fé cristã, tiveram seus bens espoliados, sendo humilhados e confinados a viver naquele país. Voltar para Espanha, de onde foram expulsos, era impossível, bem como seguir em frente, tendo à vista o imenso oceano Atlântico. Alguns conseguiram escapar pelo Mediterrâneo alcançando às terras marroquinas e às cidades costeiras ao sul da Europa. Só lhes restavam esperar divinamente por um novo milagre: a abertura de um novo Mar Vermelho.
Naquele momento de crise, perseguição e desespero, Pedro Álvares Cabral, juntamente com alguns cristãos-novos, dentre eles o poliglota Gaspar da Gama, capitão-mor, que gozava de grande prestígio junto ao Rei D. Manuel (3). Pode-se imaginar a alegria de Gaspar da Gama, primeiro judeu a pisar na Terra de Vera Cruz, regressar a Portugal, levando consigo a boa nova: foi descoberto um paraíso, uma terra cheia de rios e montanhas, fauna e flora jamais vistos. Teria pensado consigo: não seria aquele lugar descoberto uma “terra escolhida” para meus irmãos hebreus? Esta imaginação começou a tornar-se realidade quando o judeu de origem italiana, Fernando de Noronha (Ferdinando della Rogna), primeiro donatário do Brasil, demanda trazer um grande número de mão de obra para explorar seiscentas milhas da costa, construindo e guarnecendo fortalezas na obrigação de pagar uma taxa de arrendamento à coroa portuguesa a partir do terceiro ano (1503 a 1506). Assim, milhares e milhares de cristãos-novos fugindo da chamada “Santa Inquisição” e das perseguições do “Santo Ofício” de Roma, começaram a colonizar o Brasil. Importante destacar que o presente artigo pretende abordar a contribuição dos Cristãos-Novos na colonização, sem desconsiderar a presença de outros grupos.
Fernando de Noronha, iniciou seus negócios com a exploração e comércio do pau-brasil e, em seguida, trouxe o plantio da cana-de-açúcar das ilhas de São Tomé e da Madeira, estabelecendo os primeiros engenhos e o sistema de plantation (monocultura para exportação).
Na Terra de Santa Cruz os cristãos-novos prosperaram e se multiplicaram.
Em 1531, Portugal obteve de Roma a indicação de um Inquisidor Oficial para o Reino, e em 1540, Lisboa promulgou seu primeiro Auto-de-fé. Daí em diante, a colônia brasileira tornou-se local de exílio, para onde eram transportados os réus de crimes comuns, bem como judaizantes, ou seja, aqueles que aparentemente afirmavam ser cristãos-novos, porém, continuavam em secreto a professar a fé judaica.
Mas, esta tranquilidade acabou em 1591, quando o Brasil recebeu a visita do primeiro inquisidor, Heitor Furtado de Mendonça, enviado pelo Tribunal da Inquisição Portuguesa. A partir desta data inicia-se as delações daqueles que praticavam o crime de heresia naquela época, a saber, as práticas de tradições e ritos judaicos, bem como, bruxarias, feitiçarias, magias, incluindo também os apóstatas, bígamos, sacrílegos e qualquer outra conduta que ferisse os dogmas da Igreja Católica.
A perseguição aos cristãos-novos brasileiros representou mais de 80% dos processos da Inquisição portuguesa. Isto se deve à discriminação do povo hebreu como “assassinos” de Cristo desde os primórdios do cristianismo, seguido do interesse econômico, haja vista que os bens daqueles que se encontravam sob processos inquisitoriais eram confiscados...
Os Cristãos-Novos foram os primeiros colonizadores do Brasil
Por Marcelo Miranda Guimarães (*)
Um povo que preserva sua identidade e conhece suas raízes deixará com certeza seu legado na história. As etnias formadoras do povo Brasil são perfeitamente conhecidas, destacando-se o indígena, o africano e o europeu, mormente o povo lusitano, nosso colonizador. Mas, quem foram esses aventureiros portugueses? Degredados, desafortunados e banidos de seu país? Por que eles se arriscaram bravamente no horizonte desconhecido? Viriam ao encontro do novo mundo atraídos somente pelas riquezas e maravilhas da terra do Pau-Brasil? De fato, vários historiadores do Brasil colonial ocultaram uma relevante etnia que havia em Portugal denominada Cristãos-Novos, ou seja, judeus ibéricos que foram obrigados à conversão forçada ao catolicismo por imposição dos Tribunais do Santo Ofício da Inquisição...
Fonte: http://anussim.org.br/os-cristaos-novos-foram-os-primeiros-colonizadores-do-brasil/
ATIVIDADE:
1- Pesquise sobre os Cristãos Novos no Brasil e Relate em pequena Síntese.
Bom Trabalho!
Júlioayleal.
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