HISTÓRIA EJA Módulo IV Brasil República: Os anos 50 e as Transformações no Brasil/Tensões Sociais e políticas.
14/09/20
Aula 07
Os anos 50 e as Transformações no Brasil/Tensões Sociais e políticas.
ANOS CINQUENTA.
Fonte Imagem: cineparaguai.blogspot.com
Getúlio Vargas.
Há 66 anos, em 24 de agosto de 1954, o presidente Getúlio Vargas suicidou-se no Rio de Janeiro. O fato trágico chocou o Brasil e mudou os rumos da política.Nascido em 1882, na cidade de São Borja (RS), o advogado e militar Getúlio Dornelles Vargas liderou a Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha, e assumiu o Governo Provisório. De acordo com dossiê do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, mantido pela Fundação Getúlio Vargas, dois anos após a eclosão da Revolução Constitucionalista em São Paulo, ocorrida em 1932, foi promulgada a nova Constituição, e Vargas foi eleito presidente.Em 1937, após a denúncia de que haveria um plano comunista em andamento, denominado Plano Cohen, foi instaurada a ditadura do Estado Novo. Até 1945, quando o regime esteve em vigor, Vargas deu continuidade à estruturação do Estado, orientando-se cada vez mais para a intervenção estatal na economia e para o nacionalismo econômico. Nessa época, foram criados o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Fábrica Nacional de Motores (FNM), entre outros.Após a Segunda Guerra Mundial, cresceram as pressões pela redemocratização e Vargas acabou deposto. Ele seguiu atuando como deputado e senador, até se candidatar à presidência, em 1950, e vencer a eleição.
jucelino kubichek
O Mundo e o Brasil na Década de 50.
Nessa época, intensifica-se a ação das redes de espionagem internacional, destacando-se a CIA, a central de inteligência estadunidense, e a KGB, que acumulava as funções de serviço secreto e de polícia política do governo soviético. Nos EUA, o temor de que o comunismo pudesse infiltrar-se nas suas instituições leva as autoridades, em iniciativa que ficou conhecida como Macartismo, a investigar e perseguir milhares de cidadãos, a maioria dos quais funcionários públicos, sindicalistas, educadores e artistas. Em conseqüência, alguns são presos e muitos perdem seus empregos ou têm a carreira arruinada.
O que também se observa é o acirramento da corrida armamentista com a explosão, em 1952, da primeira bomba H. Em 1955, em resposta à Otan, aliança militar formada seis anos antes pelos países ocidentais sob a liderança dos EUA, as potências do bloco soviético assinam o Pacto de Varsóvia. O pacto estabelece um comando militar unificado e a manutenção de tropas soviéticas nos Estados-membros. Outro acontecimento marcante é o lançamento pela União Soviética do Sputnik, o primeiro satélite artificial da Terra. Ocorrido a 4 de outubro de 1957, o lançamento dá início a um novo tipo de disputa entre as superpotências: a corrida espacial.
Inconformados com a divisão do mundo em dois blocos conflitantes, dirigentes de 29 nações asiáticas e africanas, quase todas ex-colônias, se reúnem na Indonésia em 1955 com o objetivo de encontrar um caminho independente no campo das relações internacionais que lhes permitisse não se envolver no confronto Leste-Oeste. O encontro marca o início do Movimento dos Países Não-Alinhados, o qual se estabeleceria oficialmente na I Conferência dos Chefes de Estado e de Governo Não-Alinhados, realizada em Belgrado, na antiga Iugoslávia, em setembro de 1961, com a participação de delegações de 25 países (depois, o movimento cresceria com a adesão de dezenas de outros países, em geral nações em desenvolvimento submetidas ao neocolonialismo).
Na Europa, que deixara de ser o centro hegemônico do mundo, o momento é de reconstrução, com os países do oeste recuperando suas economias espetacularmente e ao mesmo tempo adotando o modelo do Estado de Bem-Estar Social. No leste, tropas soviéticas marcham sobre as primeiras rebeliões populares contra Moscou (Alemanha Oriental, 1953, Hungria, 1956), abortando-as. Em 1957, é assinado o Tratado de Roma, iniciando-se o processo de construção do que é hoje a União Européia.
Na África, o colonialismo europeu começa a entrar em declínio. A Líbia se emancipa em 1951; o Quênia se insurge pela primeira vez em 1952; a Argélia começa sua guerra de independência em 1954; o então Congo Belga inicia seu movimento nacionalista; o Sudão, a Tunísia e o Marrocos tornam-se independentes em 1956, Gana em 1957 e Guiné em 1958. A seu turno, o Egito nacionaliza o Canal de Suez em 1956, o que desencadeia um conflito militar – Guerra de Suez – envolvendo as forças britânicas, francesas, israelenses e egípcias. Por pressão da comunidade internacional, a guerra é interrompida e uma força de paz da ONU é enviada à região.
Na Ásia, um Japão ocupado pelos EUA se reconstrói rapidamente e se encaminha para a democracia e modernização. Em 1950, a China invade o Tibete e o ocupa inteiramente um ano depois. Em 1954, a Batalha de Dien Bien Phu determina o fim do domínio francês sobre a então Indochina, e o Camboja, Laos e Vietnã se tornam independentes. O Vietnã, contudo, é dividido em dois países: Vietnã do Norte, comunista, e Vietnã do Sul, capitalista, tal como fora feito com a Coréia em 1948.
Na América Latina, os governos que se sucedem são ora democráticos, ora não. Em 1953, os EUA intervêm na Guatemala por meio da CIA, abandonando assim a Política da Boa Vizinhança. No Caribe, a Revolução Cubana de 1959 traz à cena a primeira experiência socialista das Américas.
A década do início da era espacial é também a década da descoberta do DNA (1953) e do primeiro transplante de órgão humano (1954), o qual foi de rim. No seu transcorrer, um espírito de otimismo e um novo modo de vida baseado no consumo de bens de uso pessoal e doméstico difundiam-se pelo Ocidente, alavancados pela prosperidade econômica e crescente influência política e cultural dos EUA.
O BRASIL e os ANOS CINQUENTA.
Nos anos 50 vivemos os governos de Getúlio Vargas (que se matou em 1954) e de Juscelino Kubitschek, os quais, em linhas gerais, fomentaram o processo de industrialização nacional pela substituição de importações (iniciado por Vargas); pela abertura ao capital externo para investimento; pelo planejamento estratégico (como no caso de JK.); pela construção de uma infraestrutura como rodovias, hidroelétricas, aeroportos; pela promoção da indústria de base e de produção de bens de capitais, fundamentais para produção nacional. Um dos símbolos maiores deste processo de modernização foi a construção de Brasília, nova capital do país inaugurada no início dos anos 60.
Do ponto de vista da cultura e do imaginário social, acreditava-se que o Brasil estava a caminho de se tornar uma nação moderna, principalmente ao adotar um padrão de vida ao mesmo tempo muito diferente da vida rural e muito próximo ao modelo consumista do capitalismo norte-americano. No cotidiano das donas de casa estavam presentes toda a sorte de “aparelhos modernos” como liquidificador, batedeira, fogão a gás, televisores, enceradeiras, sem contar os produtos industrializados como alimentos, bebidas, artigos de higiene pessoal e beleza etc. Além disso, os meios de comunicação como o cinema, a televisão e o rádio difundiam-se cada vez mais, sendo fundamentais na disseminação de uma pensamento nacionalista e da ideologia de um país rumo ao progresso...
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