HISTÓRIA EJA Módulo III Brasil Império: Diversidade Étnicas no Brasil "Escravo" e As Mulheres no Brasil Imperial.
Aula 04
Diversidades Étnicas no Brasil "Escravo"
e as
Mulheres no Brasil Imperial.

Verso III
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!
IV
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a
orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
Castro Alves
Fonte: Fragmentos extraido do Poema Navio Negreiro de Castro Alves.
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000068.pdf
O Início do Fim da Escravidão no Brasil Império
e a
A Imigração no Segundo Reinado Brasileiro.
A cidadania das mulheres, imigrantes e os direitos dos escravos
No
Brasil Império os direitos sociais eram restringidos ao gênero, cor, etnia e
classe social; ficando os senhores (grandes fazendeiros) com o controle do
poder da lei e fazê-la, ou até mesmo distorcê-la em seu favor. Criando no
Brasil Império o cidadão e o sub-cidadãos (mulher, cativo e imigrante), mesmo o
escravo, pois apresentavam na sociedade alguns direitos tácitos e as próprias
leis abolicionistas garantiam certas prerrogativas; é claro que em regiões
interioranas, onde potentados rurais prevaleciam, as seguranças jurídicas até
mesmo do cidadão livre eram balizadas pelos fazendeiros latifundiários.
Esses cidadãos do século XIX foram o princípio para conquistas ulteriores, tendo cada um deles suas formas de gradualmente livrarem-se dessas contradições características do segundo reinado.
Fonte:
Uma das primeiras alternativas lançadas para tal impasse foi o chamado tráfico interprovincial de escravos. Nesse caso, os grandes fazendeiros da região sudeste adquiriam os escravos ociosos localizados na região nordeste. A disponibilidade dessa mão de obra ocorreu devido à crise agrícola que atingiu os produtores nordestinos, principalmente pela diminuição do preço obtido na comercialização da cana de açúcar, do algodão e do fumo.
Segundo algumas estimativas, essa prática foi responsável pelo deslocamento de aproximadamente 200 mil escravos pelo território brasileiro. Contudo, essa solução logo se mostrou ineficaz com a crescente expansão das lavouras de café. Em pouco tempo, a grande demanda por escravos acabou os transformando em uma mercadoria de alto valor que encurtava o lucro dos cafeicultores. Dessa forma, o emprego da mão de obra imigrante europeia se transformou na alternativa mais barata e viável.
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